INFERNO DE DANTE
- Inferno Historia
- 8 de nov. de 2019
- 4 min de leitura
Dante descreve o Inferno em sua Divina Comédia como um funil invertido dividido em nove círculos, exatamente como ilustrado no Mapa do Inferno de Botticelli.

IMPORTÂNCIA DO INFERNO
"Como vocês já devem ter adivinhado pelo título – prosseguiu Langdon –, A Divina Comédia foi escrita em vernáculo, ou seja, na língua do povo. Mesmo assim, mesclava de forma brilhante religião, história, política, filosofia e análise social em uma tapeçaria ficcional que, embora erudita, não deixava de ser plenamente acessível às massas. A obra se tornou de tal forma um pilar da cultura italiana que o estilo literário de Dante foi considerado responsável pela própria codificação da língua italiana moderna. "
(Inferno,Dan Brown)
A Divina Comédia é o primeiro poema italiano escrito em um idioma diferente do latim, chamado volgare (vernáculo). Graças ao sucesso deste épico, nasceu a moderna língua italiana .
Além disso, o épico de Dante ajudou a construir um mundo inferior, cuja idéia era ainda "abstrata" antes da sua descrição, no século XIV.
O Inferno de Dante criou um mundo de dor e sofrimento nunca antes imaginado pelo homem e definiu nossas visões modernas do Inferno. – Ele fez uma pausa. – Podem acreditar: a Igreja Católica tem muito a agradecer a Dante. Seu Inferno aterrorizou fiéis por séculos a fio e triplicou o número de frequentadores da Igreja.
(Inferno, Dan Brown)
Após o Inferno, através do sentimento de medo, Dante contribuiu para o aumento do poder da igreja católica sobre as massas.
CÍRCULOS DO INFERNO
Dante não só criou a geografia física do submundo, mas também uma geografia moral: para cada pecado, um círculo específico.Ao todo são nove níveis. Em cada círculo, um tipo diferente de pecado é punido de acordo com a regra de retaliação , ou contrapasso , que vem do latim contra e patior , "sofre o oposto". De acordo com essa regra, cada pecador é punido com algo semelhante ao pecado que infligiu ao próximo ou com algo oposto.
PORTÃO DO INFERNO A jornada começa numa selva escura e cheia de feras onde Dante encontra o espírito de Virgílio, que se dispõe a ser seu guia. Na entrada do inferno, sem portas nem cadeados, há uma advertência:
“Deixai toda a esperança, ó vós que entrais”
ANTE-INFERNO Indecisos e covardes não podem ir para o céu nem para o inferno então permanecem nesse local. Picados por enxames de vespas, eles correm sem parar. O sangue que sai das picadas mistura-se a lágrimas e escorre até os pés, que são roídos por vermes.
RIO AQUERONTE Os condenados cruzam um rio pantanoso e cinzento, conduzidos por Caronte – o barqueiro dos mortos na mitologia grega. “Almas ruins, vim vos buscar para o castigo eterno!”, anuncia, espancando com o remo os que hesitam em embarcar.
1º CÍRCULO – LIMBO Aqui não há sofrimento nem lamentação: apenas suspiros e desesperança. Este é o lugar das almas que, em vida, foram virtuosas, mas que tiveram o infortúnio de não ser batizadas. Os que viveram antes de Cristo também habitam o limbo.Alguns dos personagens históricos que são citados são Homero, Ovídio, Lucano, Platão, Aristóteles, Sócrates, Saladino, Júlio César, Ptolomeu, Hipócrates.
2º CÍRCULO – LUXURIOSOS O monstro Minós dá as boas-vindas enrolando a cauda no corpo dos pecadores – o número de voltas da sua cauda indica o círculo que o condenado vai habitar. Neste nível, os que pecaram por luxúria são jogados de um lado para outro por fortes redemoinhos.
3º CÍRCULO – GULOSOS Os glutões ficam afundados na lama, sem poder falar com os vizinhos, e são açoitados por uma chuva de neve e granizo. Para piorar, sofrem com a assombrosa presença de Cérbero, o cão de três cabeças da mitologia grega, que os despedaça.
4º CÍRCULO – AVARENTOS E ESBANJADORES Aqui residem os avarentos e os pródigos. Numa analogia à roda da fortuna, a pena de quem não soube lidar com as finanças é passar a eternidade rolando grandes e pesadas pedras e colidindo incessantemente uns com os outros.Nesse círculo eles encontram Pluto e Fortuna,o deus grego e a deusa romana da riqueza.
5º CÍRCULO – IRADOS E RANCOROSOS O suplício de quem não controlou a raiva é viver mergulhado na lama nojenta do rio Estige. Lá, os irados ficam batendo, chutando e mordendo uns aos outros. No fundo do rio, os rancorosos, que nunca externaram sua ira, suspiram borbulhas fedorentas.

6º CÍRCULO – HEREGES Atrás das muralhas da Cidade de Dite, os que não acreditaram na existência de Deus queimam em brasa dentro de tumbas abertas. Aqui fica a fronteira entre os pecados cometidos sem intenção e os executados conscientemente. Antes de adentrarem a cidade, Virgilio e Dante se deparam com as Erínias e com a Medusa.
7º CÍRCULO – VIOLENTOS Assassinos, tiranos e assaltantes levam flechadas no Flegetonte, rio de sangue fervente. Na floresta, suicidas viram plantas devoradas por harpias, enquanto blasfemos, sodomitas e agiotas se “refrescam” na chuva eterna de brasas, em pleno deserto.
8º CÍRCULO – FRAUDADORES O Malebolge está dividido em dez valas circulares, uma mais profunda que a outra, onde são punidos os enganadores. Eles levam surras de demônios chifrudos, são enterrados de cabeça para baixo, fervem na lava e são picados por cobras.Aqui encontram-se Jasão, Tirésias, Odisseu, Diomedes e outros personagens mitológicas.
9º CÍRCULO – TRAIDORES No fundo do inferno, ficam os que cometeram o pior dos crimes: a traição. Eles estão presos num lago congelado, chamado Cócito, ficando só com a cabeça e o tronco de fora. Os queixos batem de frio e suas lágrimas congelam, levando-os ao desespero. No centro do nono círculo, o próprio Lúcifer se encarrega de torturar os que traíram os próprios benfeitores. Satanás possui três cabeças e em cada boca tritura um traidor: Judas, traidor de Jesus, Brutus e Cássio, traidores de imperadores romanos.

Comentários